sábado, 19 de setembro de 2009

Bater na porta

Ela ainda estava na cama
Toda encolhida
Com os lençois pelas pernas
E a cabeça pelo travesseiro

Queria que o sol a chamasse pelo nome
Ela nao tem forças para ir embora
Com esse coração todo aflito
Ela não queria levantar

Cabelo despenteado
Olhos inchados
Ela se olhava no espelho
E não via uma mulher

O tempo passava rápido
Ela ficava andando pela casa
De um lado para o outro
Ela não aguentava mais esperar

Tocava a parede fria
O perfume que usei um dia
Ela se abraçava
E depois chorava

Vinha aquela saudade louca
das pessoas que já amou
Essas lembranças enternas
E voltava para a cama

Ela olhava para a lua
O que vai ser de mim?
Contava para a lua os seus segredos
E falava das suas dores

Ela chorava
Não aguentava mais segurar
Ainda tinha roupa espalhada pelo chão
E sentava na cama de roupão

Ela queria se perder
e ser encontrada
Lá vem esse vento
que balança as cortinas do quarto

Ela queria ser uma flor
e que sentissem seu cheiro
e com um toque delicado
seria arrancada da terra

Ela queria ser o mar
e poder abraçar as pedras
que não amam mais
e beijar o sol

Ela queria ser feliz
assim como ela é
solta e livre
Correndo pelo mundo

E a toda hora,
os olhos dela iam para a janela
com a esperança de que o amor
ia bater na porta da sala
E a levar embora

Nenhum comentário: