quarta-feira, 30 de junho de 2010

Minhas mentiras

As águas de suas entranhas
vão passar por essas calçadas
tocando meus olhos intactos
que ao piscar, fecharão
que ao pisar, morrerão
em um dia de verão

Por espelhos controversos
vamos ver os reflexos
das minhas mentiras
das minhas palavras concretas
feita de pedras, de relvas
contruídas pelo entardecer

Seremos dois vagarosos andantes
sem nenhum chão
seremos dois pontos distantes
de uma mesma mão

E o rio de nossas vidas
vai sumindo por essas ruas
escorrendo as últimas gotas
que ao brilhar, calarão
que ao secar, sumirão
no mesmo dia de verão

Da falta de sonhos pegáveis
com um laço caloroso da paixão
Vamos apenas acreditar
nas minhas mentiras
nas minhas palavras passadas
feitas com cheiro de pavor
de um trágico amanhacer

domingo, 20 de junho de 2010

Canto de Iemenjá

Seus olhos castanhos morenos de mar
ooohhh iá iá
Seu corpo perseguindo a correnteza do ar
ooohhh iá iá
Sentindo a inteira beleza do luar
ooohhh iá iá
Vivendo e balançando com as ondas do mar
ooohhh iá iá

terça-feira, 1 de junho de 2010

Mais uma noite...

Com lábios secos e petrificados
meu corpo a sentir um calor
a imaginação de um menino
a destruição de um carinho
caminhos ao contrário
cruzamentos inacabados

Com lebranças prazerosas
memórias penosas
sentidos deslumbrados
sonhos conquistados
pequenas felicidades
descobertas e encobertas
desconexas e controversas

Com um toque de sensibilidade
dessa pouca instabilidade
de um ser como um todo
da entrega das partes
de um amor despedaçado
afundando em um mar
solitário e ordinário

Com as noites cotidianas
o álcool no meu sangue
a fumaça nos meus pulmões
a mente na loucura
o mundo esfaqueando minhas costas
o coração em suas mãos
e os meus olhos a te encontrar