quarta-feira, 30 de junho de 2010

Minhas mentiras

As águas de suas entranhas
vão passar por essas calçadas
tocando meus olhos intactos
que ao piscar, fecharão
que ao pisar, morrerão
em um dia de verão

Por espelhos controversos
vamos ver os reflexos
das minhas mentiras
das minhas palavras concretas
feita de pedras, de relvas
contruídas pelo entardecer

Seremos dois vagarosos andantes
sem nenhum chão
seremos dois pontos distantes
de uma mesma mão

E o rio de nossas vidas
vai sumindo por essas ruas
escorrendo as últimas gotas
que ao brilhar, calarão
que ao secar, sumirão
no mesmo dia de verão

Da falta de sonhos pegáveis
com um laço caloroso da paixão
Vamos apenas acreditar
nas minhas mentiras
nas minhas palavras passadas
feitas com cheiro de pavor
de um trágico amanhacer

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