sábado, 28 de março de 2009

A flor banhada pelo mar

Das areias da praia.
Das águas salgadas.
Dos raios do sol.
Ela nasceu.

Correu pela areia.
Mergulhou no mar.
Brincou com o sol.
Ela floresceu.

A flor banhada pelo mar.
Sonhava acordada.
Contruia uma ponte
entre o céu e o mar.

Mas a pedras caem
de algum lugar.
Atingiram a flor.
Não conseguiu respirar.

Fecharam a porta.
Não adianta bater.
Se ela tentar,
alguém vai atender?

A flor banhada pelo mar,
perdeu as suas pétalas.
Não sobrou nada para fazer.
Não sobrou nada para falar.

Agora, ela se arrasta.
Céu, você está ai?
Você, não me deixe aqui.
Depois, não vou voltar.

Do seu machucado
sangue jorra quieto.
Uma lágrima bem-vinda,
a convida a chorar.

Os espinhos dela não revidam.
Eles não ferem ninguém.
Prefere perdoar o mundo.
Quer sonhar de novo.

O vento correga
o que sobrou dela
Eu cato suas pétalas
espalhadas por ai.

Com as pétalas na mão.
Sigo sem sua direção.
Ela recebe com um sorriso
a esperança da minhas mãos.

Carinhosa, ela canta.
Para que todos escutem
sua linda canção.
Ganha aplausos de perdão.

Acho que eu sempre soube.
Ela está aqui comigo.
A flor banhada pelo mar
não se perdeu nessa vida.