sábado, 26 de setembro de 2009

Até as pedras mais duras têm rachaduras

Você foi embora

O medo escondido nas sombras
de um árvore no meio do deserto
suas raízes saem por ai
querendo uma única gota de água

Foi assim, que você apareceu
A dança da chuva, você dançou
A chuva começou a cair
E o deserto virou lama

Quando meus olhos encontraram os seus
eu sabia que podia chorar no seu ombro
Quando meus olhos encontraram os seus
Eu era a tua, eu era minha

E assim,
sem querendo
sem percebendo
você ia me conquistando

Queria fazer dos meus dias
loucos e mágicos
Estávamos muitos próximos
próximos demais

Eu não sabia o que era isso
Eu não sabia o que queria
Eu não sabia o que sentia
Você foi embora

Eu confesso que
você está nos meus pensamentos
Porque fez isso comigo?
Eu sinto sua falta

Eu queria que você estivesse aqui
Eu queria que você ficasse aqui

Acho que eu te amo
Mas, não vou admitir
eu não vou admitir



Fique comigo

Não sabemos o que aconteceu
parece que tudo tremeu
Quando percebemos
já tínhamos partido

E bem longe
Não era o que nós queríamos
Mais uma raiva para explodir
E criar mais uma criatura com frio

Eu quero estar ao seu lado
para pedir um pouco de perdão
Eu quero estar ao seu lado
Fique comigo, está noite

Um orgulho que já foi enterrado
do lado do coração de uma árvore
que vive sozinha em um deserto
Suas folhas estão nascendo devagar

E as gotas de lágrimas de um mar
enchem esse deserto de sal e doce
Essas raízes já vão longe
procurando por outras
para mostrar suas novas folhas

E nós vamos procurando por estrelas
nesse céu sempre vazio
A lua está do nosso lado
Apenas me beije de novo



Na terra de dois amantes

Nossas raízes já penetravam
fundo nesse solo úmido
Nós mostrávamos nossas folhas
para a primavera que vinha

Você estava toda nua
E não tinha nenhuma timidez
Deslizou o seu corpo
junto do meu

Eu podia tocar o sol
cada parte sua em brasa
Acariciava suas estrelas
E beijava sua lua

Descobria o seu mistério
Conhecia seus segredos
Mordia sua maça
que brotava de nossas árvores

Cheirava sua flor
Beijava o seu pescoço
Suas pernas estão no ar
mas conseguia respirar

Nenhum do seus detalhes
passava despercebido
pelos meus sentidos
entregues a você

Eu era dela
E como era bom
Nós éramos árvores
dentro de uma floresta

E fazíamos o que queríamos
Nenhuma palavra foi encontrada
E quando os olhos se achavam
Você sorria satisfeita

Era um dia mágico
na terra de dois amantes



Até as pedras mais duras têm rachaduras

Era mais um homem
a beira de um penhasco
Ele apenas pensava
se esse era o único caminho

Deixem ele pular sozinho
Quem é que vai se importar?
Ninguém mesmo verá
Ninguém mesmo virá

Somos sempre leões
destroçando as nossas presas
Ainda rei das florestas
de concreto e pedra

Somos cães que latem
Um para o outro
Jogando essa culpa
Um para o outro

Disputando o resto
de um ser humano
Lambendo essas feridas
Que nos acompanham

Até as pedras mais duras têm rachaduras

Eu já disse que te amo?
Eu já disse que preciso de você?
Eu já disse que você é meu caminho?
Eu queria dizer todo dia

Ela correndo
Chegou a tempo
Espere por mim
Vamos pular, sim!

Vamos encontrar um caminho
Um caminho entre eu e você
Arrancar com as mãos
esses arames farpados

Vamos encontrar um caminho
Entre as nuvens do céu
Entre as águas do mar
Nos pedaços do mundo
Que vamos conhecer
Quando voarmos

Vamos encontrar um caminho
Nesses estradas pavimentadas
No horizonte, sempre distante
No amor que deixamos
Quando passamos

Eu já disse que te amo?
Eu já disse que preciso de você?
Eu já disse que você é meu caminho?
Eu queria dizer todo dia

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Os últimos sonhadores

Você acha que depois de tudo
eu não ia escrever para você?
Quando eu vejo seus olhos
Eu vejo um pouco de mim

Ele é meu amigo
Ele é meu protegido
As vezes, me sinto um velho pai
As vezes, apenas uma criança

As vezes, nós discutíamos
Com argumentos vencedores
Talvez, precisássemos disso
Mas, isso nunca me convencia

Eu não queria te ver sofrer
Mas, você foi logo amar
Eu deixei você voar
Agora, você não para mais

Você já me viu chorar
Eu já senti sua dor
Tento ser o seu chão
E você me carrega pelos braços

Nunca vou esquecer
da felicidade que conseguimos
desses corações sonhadores
que sempre terminavam se abraçando
nessas mesmas mesas de bar

Você virou um sonhador
E quer mais dessa vida
Você sentiu esse coração pegar fogo
Você sentiu esse coração bater de novo

Eu disse que isso era amor
Eu disse que isso era a vida
Eu disse que isso era muito belo
E vou continuar dizendo

E depois de descobrir isso tudo
Vai ser díficil largar
Mesmo que esses dias estejam tristes
Mesmo que a nossa esperança
seja despedaçada

Será que isso não é amor?

Talvez, sejamos os últimos sonhadores
Mas, caminhamos sempre juntos
Tentando com todas as nossas forças
Fazer com que as pessoas sonhem
com tudo aquilo que nos faz sorrir

domingo, 20 de setembro de 2009

O encontro da tristeza com a alegria

Eu andava pela rua vazia
jogando confete e serpentina
com pouca vontade e ânimo
de seguir em frente

Um velho me falou
que hoje não era carnaval
todos estavam a trabalhar
depois voltavam para o seu lar

E eu pensei que hoje seria o dia
que essa tristeza passaria
Eu andava pela rua vazia
com os restos do que já fui um dia

Quando eu passava tranquilo
todos me olhavam torto
Quem era esse homem estranho
que anda por aqui, nesse dia?

Ninguém queria
que essa tristeza invadisse o dia
E que destruiria
o sussego desse castelo de pedras
construídos com tanto sacrifício

No final da rua vazia
Vinha uma menina
jogando confete e serpentina
com um chamativo sorriso

Ela olhou para mim
Ela sorriu para mim
Ela não teve medo de mim
Ela se aproximou de mim

Jogou confetes no ar
E me laçou com a serpentina
com um abraço forte
eu me senti um menino

Com os olhos
e um toque no rosto
ela perguntou
Meu menino,
porque está tão triste?

Ela era o meu sonho
Ela era o meu amor
Ela era a minha alegria
Ela era a minha vida

Ela era a minha magia
Ela era a minha fantasia
Ela era o meu carnaval
Ela era o meu pedaço

Ela era a minha história
Ela era o meu sorriso
Ela era a minha loucura
Ela era minha

Ela era minha...

E o dia foi parando
com um choro borrado
e um sorriso tímido

sábado, 19 de setembro de 2009

Bater na porta

Ela ainda estava na cama
Toda encolhida
Com os lençois pelas pernas
E a cabeça pelo travesseiro

Queria que o sol a chamasse pelo nome
Ela nao tem forças para ir embora
Com esse coração todo aflito
Ela não queria levantar

Cabelo despenteado
Olhos inchados
Ela se olhava no espelho
E não via uma mulher

O tempo passava rápido
Ela ficava andando pela casa
De um lado para o outro
Ela não aguentava mais esperar

Tocava a parede fria
O perfume que usei um dia
Ela se abraçava
E depois chorava

Vinha aquela saudade louca
das pessoas que já amou
Essas lembranças enternas
E voltava para a cama

Ela olhava para a lua
O que vai ser de mim?
Contava para a lua os seus segredos
E falava das suas dores

Ela chorava
Não aguentava mais segurar
Ainda tinha roupa espalhada pelo chão
E sentava na cama de roupão

Ela queria se perder
e ser encontrada
Lá vem esse vento
que balança as cortinas do quarto

Ela queria ser uma flor
e que sentissem seu cheiro
e com um toque delicado
seria arrancada da terra

Ela queria ser o mar
e poder abraçar as pedras
que não amam mais
e beijar o sol

Ela queria ser feliz
assim como ela é
solta e livre
Correndo pelo mundo

E a toda hora,
os olhos dela iam para a janela
com a esperança de que o amor
ia bater na porta da sala
E a levar embora

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Guardanapo de papel

Era apenas uma menina
não sei o que ela tinha
Foi apenas uma alegria
de quem quis sorrir um dia
Então, eu me apaixonei

Aquela borboleta apareceu de novo
Tinha a perdido por ai
Sempre corri atrás dela
E de longe avistei
que ela voava com uma graça
da mulher que eu beijei

A cascata que caia desses olhos cor de mel
caia e caia, sobre mim e sobre o céu
Eu nadava em suas águas quentes
nesse lago azul do seu lindo corpo nu

Mas a cigana leu as linhas
de nossas mãos perdidas
E revelou nosso destino
Você logo acreditou
E não quis mais saber de amar

E para mim só restou
voltar a pensar
Será que a cigana errou?
voltar a lembrar

A cigana estava sozinha
com as cicatrizes da vida
E naquela bola de cristal
Ela via a vida que já passou

Eu apenas queria
ver esses olhos de novo
para tentar te mostrar
que a vida pode mudar
com um pouco de amor

Enquanto isso,
junto com outros estranhos
Escrevemos o amor
com quaisquer palavras
em um guardanapo de papel

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Não é só isso

Eu quero uma mulher
que entenda
o que sinto
quando existe esse olhar

Eu quero uma mulher
que me surpreenda
e não fique sempre nessa
mesma conversa de bar

Queria uma mulher
que compreendesse
que o amor não é só isso.
E que podemos ser vistos
por esse imenso mar

Eu quero uma mulher
que se mostrasse
sem medo de desabrochar
sem medo de chorar

Eu quero uma mulher
que conseguisse
recuperar o meu sorriso
e me deixar um riso

Queria uma mulher
que compreendesse
que o amor não é só isso.
E que podemos ser vistos
por esse imenso mar

Eu quero uma mulher
que fizesse
um cafuné alegre
e um carinho ardente

Eu quero uma mulher
que soubesse
que ela é linda
linda sem frescura

Eu quero uma mulher
que sonhasse
que o amor não é só isso.
E que podemos ser vistos
por esse imenso mar

Em qualquer lugar

Queria ter você
perto de mim
nua e crua
bonita assim

Minhas lágrimas secaram ao sol
para apenas poder te ver
Tive que matar meus monstros
para só poder me aproximar

Aquelas coisas chatas do velho mundo
já não importavam mais
É com você
que eu sonhava cada vez mais

E naqueles dias tristes que paravam
as gotas de chuva abraçavam nossos rostos
E com a terra molhada da sua boca
Eu torcia para uma flor logo desabrochar

Eu sei que talvez você não entenda
o que quero dizer
mas se descobrisse uma vez
o que tem nesse olhar

Devo confessar que adoro
quando aquela felicdade boba
invade o peito sem avisar
Eu só queria te achar

Em qualquer lugar

Quando sua mão está fria
logo essa dor vem me pegar
Será que vamos aguentar?
Será que vamos voltar?

Quando você explodir
essas amarguras do dia
Será que vamos aguentar?
Será que vamos voltar?

Devo confessar que tenho saudade
daquela boba felicidade
que invade o peito sem avisar
Eu só queria te amar

Em qualquer lugar

O mundo pode dizer o que quiser
Eu te amo, e o que eu vou dizer

Em qualquer lugar...

Aquela música

Era aquele aperto só. Muitas pessoas tentando conseguir um espaço inexistente. Todos espremidos. O ônibus como sempre está cheio a essa hora. Ele já estava em pé e não conseguia se mexer muito. Não fora um dia muito bom. Seus nervos já estavam à flor da pele. Era só uma fagulha e ele ia explodir. Tudo estava nos seus pensamentos, eram só problemas, era para matar de aflição. Olha o meu ponto ai. Esforçou-se para apertar a cordinha. Saiu pisando nos pés de todo mundo, já estava irritado, com aquela vida chata. Saiu xingando todo mundo. E todos o xingavam. Gritava com o ônibus que ia embora.
Ela tinha se estressado no trabalho. Era uma pressão imensa sobre ela. Queria sumir por uns tempos. Faz tempo que não tirava férias. Quando chegar em casa ainda tinha que fazer jantar. Ela não agüentava mais. Eu tenho que fazer tudo. Andando pela rua, conversando com sua amiga, sobre as fofocas do dia. Vamos dar umas risadas da vida alheia que não podem estar melhor que a nossa. Chegava em casa uma pouca aliviada, mas quando via aquela meia no chão, saía do sério. Vinha aquela raiva para estragar as sobras de alegria.
Ele abriu a porta de casa, procurando um pouco de paz. Nem se lembrava que tinha uma flor em casa. E logo que chegou. Ela começou a dizer.
- Você deixa suas meias pela casa. Tenha mais organização com suas coisas.
- Olha, eu não quero discutir. Eu faço o que quiser.
- Faz o que quiser?
- Sim, estou muito cansado. Eu trabalho.
- Como se eu não trabalhasse também.
- Eu só quero ver televisão.
- Claro, eu fico fazendo o jantar.
- Não me enche o saco.
- Eu não te agüento mais.
- Eu não te agüento mais.

Cada um foi para o seu canto. Ele liga a televisão. Ela foi fazer o jantar. Não éramos nós que pensávamos que íamos ter uma vida diferente de nossos pais? Esses corações, sem perceber, vão se cristalizando, e vão ser expostos em uma distante galeria de arte, de um artista sem nome e sem vida. Estamos tão longe. Caímos nas armadilhas do mundo. E não agüentamos mais. Joga os cacos dos sonhos por de baixo desse tapete. As coisas já não são mais as mesmas, e ficamos parados olhando. Será que não vamos mais fazer nada? Pensávamos que íamos conseguir viver nesse mundo, mas foi só um engano. Uma loucura momentânea de quem queria viver essa vida. Mas, só sobrou esses dias, que consomem a felicidade de outros carnavais. E consomem a alegria dos seus olhos. Amor, porque estamos aqui chorando? Amor, porque estamos aqui?
Aquela música começa a tocar. Aquela que costumávamos dançar. Será que está vindo do vizinho? Ou será da rua? Ele desliga a televisão para pode ouvir melhor. Ela para de picar os legumes. Olha para frente. De onde vem essa música? Tantas lembranças. Ele se levanta do sofá. Esquecendo disso tudo que aconteceu no dia, ele se aproxima dela. Bem devagar, quase parando. Ela percebe que ele vem vindo. Tem alguma coisa no ar. E com a mão estendida para ela, era um pedido de perdão. Sentia um cheiro forte de flor. Ela largou tudo. E começaram a dançar. Porque dois desajeitados não podem dançar? Não queriam saber de mais nada. Não queriam saber o que o mundo falaria. Só queria, enfim, viver um pouco. Tirar a alegria daquelas pedras miúdas que corroíam a garganta. E foram dançando pela porta afora. E todos vizinhos fofocavam sobre quem eram esses dois que não dormiam. E eles não estavam nem ai. E sentiam tão bem que sussurravam no ouvido um do outro. Aquelas palavras bonitas que nós precisamos ouvir. Já estavam bem próximos. E os toques, agora, eram delicados. Passando por todo o corpo. Ai, meu deus, o que estamos fazendo aqui? Isso não estava nos nossos planos. Não percebemos o amanhecer chegar, ainda continuamos a dançar aquela música que falava de amor.

domingo, 13 de setembro de 2009

Essa e aquela mulher

Sabe aquela mulher que quando chega todos param para vê-la? Ela era esse tipo de mulher. O salão estava cheio. Algumas mesinhas no canto. Um grande espaço para dançar onde ficava a banda em um pequeno palco. Os corpos já flutuavam pelo salão. A banda tocava aquele samba. Os pés não queriam parar. As mãos com seus copos de cerveja quase caindo iam para todos os lados. A pilha de guardanapos cada vez mais ia crescendo com os pedidos das músicas que as pessoas deixavam ali em cima do palco. A música jamais parava de tocar e todos sabiam que não ia parar, só até o galo cantar. Era uma noite animada.
Então, ela chega. E todos já percebem que ela chegou. Uma cor de pele com gosto do anoitecer, olhos bem meigos, mas muito bem abertos, concentrados, penetrantes, desafiadores. Dá um arrepio e assusta só de pensar nesse olhar. Tinha um cabelo enrolado que subia para o céu. Ela tinha uma bunda linda que abraçava seu corpo. Sua pose ereta, com a ajuda de um salto, elevava seu espírito. Ela estava pronta para dominar qualquer um que chegasse. Porém, essa mulher não me engana. Os homens já olhavam com certo calor. Os olhos deles acompanhavam seu gingado pelo salão, ela só foi pegar uma cerveja no balcão. Todos eles esperavam o momento certo. Aquela mulher observava tranquila o salão. Podia ter qualquer homem. Podia ter qualquer um. Ela sabia disso. Isso nunca foi problema. Era apenas um problema de escolher. Era uma noite tranquila. Essa mulher não engana.
Depois do copo de cerveja, ela de fininho chegou até a banda e deixou um guardanapo com um pedido. Foi para o meio da pista e começou a sambar. Ela não ia parar. Era o momento que todos os homens estavam esperando. Eles não iam tirar os olhos dela. Cada vez mais ela atrai a presença de pessoas e olhares. E um sorriso sensual saiu da sua boca. Ela continuava a sambar. Não tinha coisa melhor. Era a vida tomando conta de seus pés, às vezes, até se esquecia de estar ali. Fechava os olhos e mergulhava dentro de seus sonhos mais íntimos. Não sentia a dor nos calcanhares, nem o cansaço dos músculos, apenas sambava e viajava em sua aventura gostosa. Mas, depois ela percebia que estava ali. Um gosto amargo ficava na boca. E todos os homens não paravam de olhá-la. E vinha aquela amargura dessa vingança eterna. Seus olhos se abriam demais, e depois ganhavam um tom matador. Essa mulher não me engana. Ela tinha tudo. Estava tudo em suas mãos. Nada mais importava. A situação sempre em seu controle, depois que ela requebrava até o chão. O suor caindo pelo o seu rosto fez ela pegar outra cerveja quase sem parar de dançar. E os homens iam se aproximando querendo tirar uma casquinha dessa mulher. Ela brincava com eles. Queria que eles brigassem para ficar com ela. Queria que eles fizessem tudo por ela. Queria que eles disputassem cada migalha. E quem sabe ela ofereceria alguma coisa. Ela se divertia. Dava gargalhadas. Depois era só decidir quem ia para casa com ela. Mas aquela mulher não me engana. Ela descobriu isso quando nossos olhos se encontraram. Com um olhar fixo nos olhos dela, ela se assustou. Via uma menina. Via uma mulher. Fechou os olhos para encontrar aquele sonho perdido nas estradas da vida. E percebeu que não tinha parado de sambar. Então, devagarzinho, ela abriu os olhos, e com um desespero latente, com o olhar cheio de lágrimas e uma expressa doce, ela me pediu um beijo carinhoso para poder aguentar mais um dia.