terça-feira, 5 de outubro de 2010

A rua das casas vazias

Ainda escondido atrás da cortina da sala
vou guardando cada peça de roupa na mala
Ainda me pego espiando pela janela
só para ver se alguém passa por ela

A inocência do sonhador fica atrás da porta
colhendo o gosto amargo da plantada rosa
sonhos solitários espreitam querendo despertar
para provar o doce de uma vida mais saborosa

E no jardim...
quando os pequenos pedaços de flores com perfume de loucura
chamam com o despero profundo alguém que venha com alguma ternura
Ninguém mais estará aqui

E no fim...
quando eu passar pelo portão
será que vou deixar meu coração?

Sei que tudo isso é coisa sua
de querer apenas sorrir
passo pelas casas vazias dessa rua
para me despedir e partir