sábado, 14 de agosto de 2010

O homem com seu violão

Ele veio do céu
mas não era santo
era um homem com seu violão
tocando...
e uma árvore velha e crescida
jazia diante de sua vida
sem folhas, com marcas de mágoas
O vento trazia a mémoria em fragmentos
e a tristeza aparecia com seus lamentos
escorrendo com as lágrimas de aflição
do homem com seu o violão na mão

Ele veio do mundo
mas não era culto
Não ficava remoendo sua existência
dentro de sua alma solitária
Preferia sentar no bar
vendo as mulheres a navegar
com seus olhos de dragão
elas queriam apenas a atenção
do amor que ele queria dar

Ele veio da terra
mas não queria guerra
das mesmas balas de canhão
do sangue espalhado pelo chão
ela só queria seu violão na mão
para cantar
a esperança de um fraco coração
querendo apenas a salvação
apenas viver a sua canção

Ele veio do mar
mas não era peixe
Estava todo maltrado
e um pouco surrado
apertava as cordas do violão
para segurar sua emoção
e cantava quando os ondas vinham
sentia a dor quando elas partiam

Ele veio do circo
mas não ere palhaço
com um sorriso de alegria
contagiava os meninos
que brincavam em pleno dia
e som do violão era bem alto
acompanhava a partida de futebol
e quando a bola rolava para o mato
dava para ver o amarelo brotar do sol

Ele veio do nada
e não se achava
não tinha nenhuma certeza
apenas bebia sua cerveja
desfrutava de sua bela herença
deixada pelo trago de sua fumaça
e ao som de sua última canção
acariciava com carinho o seu violão

acariciava com carinho o seu violão...

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

O inverno de nosso tempo

No inverno do nosso tempo
de pensamentos que vem
o coração esfria ao lento
esperando por ninguém

E tudo vai embora
com o vento de outrora
E você sabe meu bem
o que é ter alguém?

Olhando para o céu sem fim
folhas mortas passam por mim
vou descendo essa imensa rua
querendo te ver toda nua
de todo esse temor

E os raios solares desse dia
aquecem com cuidado meu coração
que adora contruir uma fantasia
com um beijo de um furacão
livre desse rancor

E nessa noite que vem congelante
meu corpo treme constantemente
E as pétalas dessas flores caem do céu
apenas para me ver chorar