quinta-feira, 20 de novembro de 2008

Estrelas

Todo dia eu vejo o céu,
tentando achar uma estrela.
Nunca vejo nenhuma,
só a lua, sozinha.

É preciso menos que a morte,
para matar uma pessoa.
Eu vejo pessoas morrendo.
Cadáveres andando por ai.
Da para sentir o cheiro daqui.
Toda vez que passam por mim.
Arrancam uma parte de mim.
Eu estou morrendo aqui.

Palavras que eu escuto,
vem em minha direção.
São agulhas de seringa,
perfurando a cada segundo,
uma parte do meu corpo.
Tirando o meu sangue.
Criando uma única dor.
Eu estou morrendo aqui

O que está acontecendo comigo?
Eu sempre fui forte.
Agora, estou vulnerável.
O mundo está me matando.
Eu não quero mais sobreviver.
Está ficando frio aqui.
Você está sentindo frio ai?

As pessoas estão morrendo,
na minha frente.
Eu estou inerte no universo.
Não consigo agir.
Nenhuma flor desabrocha.
Nenhuma árvore nasce.
O sol está caindo.
A lua está sozinha.

Eu sou o espelho,
das suas energias negativas.
Eu sou o espelho,
dos seus sonhos destruidos.
Eu sou o espelho,
do seu amor despedaçado.
Eu sou o espelho,
do seu desespero profundo.
Nós estamos morrendo aqui.

Eu queria ser uma estrela.
As pessoas podiam ser estrelas.
Eu queria ser um nebulosa.
Eu queria ser uma supernova.
De uma morte.
De uma explosão.
Renascer.
Nova estrela.
Novas estrelas.

Todo dia eu olho para o céu,
na esperança de ver,
alguma estrela brilhando
mas só vejo a lua.
Ela continua sozinha.

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